Nos últimos dias não se fala em outra coisa: o caso do assassinato de Isabela Nardoni. Jornais, internet, revistas, emissoras de rádio e principalmente a TV bombardeiam notícias sobre o caso.
Realmente, existe muita informação. Ainda não se sabe quem é o assassino, e, até que se descubra, cada nova informação dos peritos é notícia, cada novo depoimento, a prisão e soltura dos acusados, enfim, tudo é notícia. Mas as informações são para, no máximo, e aí já é tempo de mais, dez minutos de um noticiário de TV. Não é o que está acontecendo.
As pessoas, nessas horas, infelizmente se esquecem que elas também têm família, que poderiam ser eles as vítimas dessas tragédias. Tanto os donos das TVs, apresentadores e também os telespectadores dessa imundície que se insiste em chamar de jornalismo.
Outro dia, quando foram divulgadas imagens da família Nardoni no supermercado, horas antes da tragédia, o SP Record - e esse é apenas um exemplo, pois outros programas usaram o mesmo artifício - passou todo seu tempo no ar exibindo e re-exibindo inúmeras vezes as cenas.
Tudo por audiência. Lamentavelmente as pessoas perdem a noção por míseros pontinhos a mais, só por isso. Esses programas nem anunciantes tem, não dão retorno, apenas o gostinho de ultrapassar a concorrente.
Programas como o SP Record, Balanço Geral, Brasil Urgente e o mais uma vez finado - até que não ressuscite novamente - Aqui Agora parecem adorar uma tragédia. O pessoal dessas redações são verdadeiros urubus para farejar um caso como esse de projeção nacional para usar e abusar por semanas, mesmo quando não se tem mais nada a dizer. Nesse caso, se repetem à exaustão.
Eu me formei jornalista, mas me recuso a ser comparado com esse tipo de jornalismo que pra mim é o mesmo que lixo.
Meus sentimentos à menina Isabela, que, além de ter perdido a vida de forma tão brutal e triste, se vê protagonista desse mundo cão chamado sensacionalismo barato.


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