Que rei sou eu? foi uma telenovela brasileira produzida e exibida no horário das 19 horas pela Rede Globo em 1989.
Que rei sou eu? foi escrita por Cassiano Gabus Mendes e foi apresentada em 185 capítulos.
Este foi considerado o melhor trabalho de Cassiano Gabus Mendes, e uma das melhores novelas já produzidas para o horário. O fictício Reino de Avilan era uma paródia do Brasil: a miséria do povo, a instabilidade financeira, os sucessivos planos econômicos que impõe o congelamento de preços, a moeda desvalorizada que muda de nome, a elevada carga de imposto, a corrupção, etc., ou seja, uma réplica perfeita do páis, que passa por um momento conturbado, vivendo a euforia da eleição de 1989, quando o presidente da república iria ser eleito por votação direta, após três décadas de jejum. "Que Rei Sou Eu?" refletia esse momento histórico e político como um sátira inteligente. Não faltaram vozes a acusar a novela como sendo um veículo a mais para conduzir Fernando Collor de Melo à presidência.
O ano é 1786, três anos antes da Revolução Francesa. Após a morte do rei Petrus II, o trono do reino de Avilan é assumido pela rainha Valentine, uma histérica que não estava preparada para o governo. No entanto, em seu testamento, o falecido rei revela haver deixado um filho bastardo, que teve com a prostituta Maria Fromet, e seria o herdeiro do trono.
A rainha Valentine é dominada pelos conselheiros reais: Crespy Aubriet, Gaston Marny, Bidet Lambret, Gerárd Laugier e Vanolli Berval, que com seu jogo de cintura comandam completamente a rainha. O único conselheiro honesto de Avilan é Bergeron Bouchet, que sofre com o assédio de Valentine. Ele é casado com a bela Madeleine, a única mulher do reino que sabe escrever, e tem ideais feministas. Madeleine é objeto do desejo de Ravengar, o bruxo da corte.
Na ausência do sucessor do trono, os conselheiros reais coroam o mendigo Pichot rei, como se fosse o verdadeiro filho de Petrus II. A armação é obra do misterioso Ravengar, o feiticeiro. Porém, há uma conspiração entre a classe pobre de Avilan, que busca derrubar o governo para instituir uma sociedade menos opressiva, já que o reino é corroído pela corrupção de seus governantes e injustiças sociais. Dentre eles está Loulou Lion, a dona de uma taberna que sabe a verdade sobre o filho do rei; e Corcoran, o bobo da corte, que é um rebelde infiltrado no palácio.
Mas o líder da revolução é Jean Piérre, que, ao descobrir que é o filho bastardo do rei, passa a lutar pela coroa que lhe pertence. Todavia, não só de heroísmo sobrevive Jean Piérre. Sua luta é entremeada por duas mulheres apaixonadas: a jovem Aline, e Suzanne, a bela esposa do conselheiro Vanolli Berval, que disputam o seu amor.
Elenco
Edson Celulari - Jean Pierre
Giulia Gam - Aline
Natália do Vale - Suzanne Webert
Tereza Rachel - Rainha Valentine
Antônio Abujamra - Ravengar
Daniel Filho - Bergeron Bouchet
Marieta Severo - Madeleine
Cláudia Abreu - Princesa Juliette
Tato Gabus Mendes - Pichot
Jorge Dória - Vanoli Berval
Aracy Balabanian - Maria Fromet / Leonore Gaillard
Ítala Nandi - Loulou Lion
Stênio Garcia - Corcoran
Carlos Augusto Strazzer - Crespy Aubriet
John Herbert - Bidet Lambert
Laerte Morrone - Gérard Laugier
Guilherme Leme - Roland Barral
Ednei Giovenazzi - François Gaillard
Fábio Sabag - Roger Webert
Oswaldo Loureiro - Gaston Marny
Ísis de Oliveira - Lucy
Paulo César Grande - Bertrand
Vera Holtz - Fanny
Mila Moreira - Zmirah
Zilka Salaberry - Gaby
Marcelo Picchi - Michel
Cristina Prochaska - Charlotte
Marcos Breda - Pimpim
Cinira Camargo - Lilly
Carla Daniel - Cozette
Desireé Vignolli - Denise
Kaká Barrete - Vady
José Carlos Sanches - Balesteros
Participações
Gianfrancesco Guarnieri - Rei Petrus II
Dercy Gonçalves - Baronesa Lenilda Eknésia (mãe da rainha)
Eva Wilma - Marquesa
Betty Gofman - Princesa Ingrid Méril
Totia Meirelles - Monah/Mariposa (rameira)
Luis Gustavo
Paulo César Pereio - soldado
Jorge Fernando - guarda do palácio
Roberto Dinamite
Curiosidades
A telenovela era uma paródia da situação política do Brasil de então, situada no reino imaginário de Avilan, na Europa da época da Revolução Francesa. Atingiu um grande sucesso de público misturando humor, ação do tipo capa-e-espada e doses de erotismo.
A morte do rei Petrus II representou a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil brasileiro após o fim da ditadura militar. A rainha Valentine representou o governo José Sarney, que implementou entre outras medidas, o plano Cruzado, um pacote econômico que incluía um congelamento de preços e uma mudança na moeda no país. Em Avilan, a nova moeda se chamou "Duca", que seria o equivalente ao Cruzado.
Pela primeira vez, Cássio Gabus Mendes não fez novela com o pai,porquê estava reservado para o elenco de Top Model, e depois, Tieta
Entre outras inúmeras referências, podemos citar o auto-selo, que na telenovela era usado em cavalos, e a guilhotina de Avilan, importada da Alemanha e que nunca funcionava, sempre parando com sua lâmina na metade do caminho. É possível que ela fosse uma crítica à usina nuclear Angra I, construída com tecnlogia alemã, e que apresentava na época diversos problemas.
Em 1999 foi gravado uma série Os Três Mosqueteiros para relembrar os 10 anos de Que rei sou eu? e seu estrondoso sucesso numa novela "capa e espada", com elenco formado por Antônio Abujamra fazendo o bruxo , Pedro Paulo Rangel o bobo que na verdade é inteligente, Maitê Proença a Ana Bretanha Rainha da França e Luigi Baricelli era um dos mosqueteiros.
A telenovela é apontada como tendo ajudado a eleger Fernando Collor de Mello, ao apontar a esperança do Brasil em um novo líder, jovem e com vontade de implementar muitas mudanças.
Títulos provisórios Ravengar e O Reino de Avilan.
Foi reapresentada em compacto de 45 capítulos apenas um mês após seu término, de 23 de outubro a 29 de dezembro de 1989, na faixa Sessão Aventura, no horário das 17 hs.
Ibope
Uma das maiores audiências de todos os tempos no horário das 7 na Globo. A média geral ficou em 61 pontos, um mega sucesso.
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