Benedito Ruy Barbosa quer criticar os Estados Unidos, em sua próxima novela

Nas próximas semanas, Benedito Ruy Barbosa se reunirá com a alta cúpula da Globo, quando vai apresentar duas sinopses para serem avaliadas. A eleita será exibida em 2011, após a trama de Manoel Carlos, que substituirá Caminho das Índias. Sem receio de críticas, ele confessa que dividirá opiniões ao abordar temas polêmicos. Um dos panos de fundo de sua história será a crise econômica mundial. “As pessoas precisam saber a verdade sobre esse drama desencadeado pelos Estados Unidos. Todo brasileiro que tem dinheiro lá, não sabe se vai perder ou não seus investimentos. Não tenho medo de colocar o dedo na ferida, mas preciso escolher a abordagem certa para não ser preso”.

O dramaturgo também quer denunciar um comportamento que há décadas é ignorado por nossos dirigentes.
“Quando escrevi a primeira versão de Paraíso, em 1982, nossa melhor safra de grãos era de 70 milhões de toneladas. Agora produzimos o dobro. Mas, desde essa época, cerca de 20% da safra é perdida pelas estradas. Essa quantidade poderia alimentar quase toda a população, e ninguém faz nada. Não posso ficar calado diante dessa situação”.

Audiência baixa das novelas
Longe do vídeo há três anos, desde Sinhá Moça, Benedito Ruy Barbosa não tem poupado os colegas novelistas sobre a queda de audiência das novelas brasileiras. E acredita que autores e diretores deveriam estar atentos às expectativas dos públicos de cada horário. Segundo o dramaturgo, que retorna ao vídeo com Paraíso, remake assinado por sua filha Edmara Barbosa, investir em maldades para apimentar uma história nem sempre é a melhor saída. “Sou um dos autores que mais assinou novelas das seis. Não vejo elementos essenciais nesse horário, como romantismo e beleza. É preciso entender que a maldade utilizada às sete não surte o mesmo efeito neste período”, aposta o autor, alfinetando sua antecessora Negócio da China, de Miguel Falabella. “Há uma expectativa de alcançarmos 55%, mas hoje nem as novelas das 21h conseguem isso mais”,revelou o autor ao OFuxico.