segunda-feira, 16 de março de 2009

Fala sério:Um negócio de outro planeta


Na sexta-feira quando foi ao ar o último capítulo de ''Negócio da China'',me questionei sobre a incógnita que o folhetim era e rapidamente fiz um balanço geral dos rápidos e turbulentos 5 meses de ''vida'' da trama assinada por Miguel Falabella.Ao estrear com não esperados mas comemorados 30 pontos pude perceber que a grande dose de drama seria o ponto forte da novela-o que geralmente não se vê nas produções de humor escrachadas do perfil do autor-,com uma cena emocionante de Natália do Valle e Antônio Fagundes.Logo depois,foi apresentado o lado cômico da estória,com o quarteto de portugueses exportados para o Brasil.Com certeza uma das poucas boas surpreses oferecidas pelo folhetim.Certamente o acerto se deu por conta e competência da ótima Maria Vieira,que interpretou a espalhafatosa Aurora,mãe do padeiro e protagonista João,vivido pelo já conhecido do público Ricardo Pereira.As caras e bocas da personagem ganharam o público,que notava a simpatia e a espontâneidade da estreante em novelas brasileiras.Em contrapartida o mocinho Heitor,de Fábio Assunção não fazia outra coisa a não ser chorar e fazer juras ao grande amor de sua vida.O ator não se encaixava de maneira alguma com o resto do elenco,uma vez que transmitia um ''ar'' pesado e cansado em cena,talvez devido aos problemas pessoais que vinha enfrentando.Boa coisa ou não,a atitude de deixar o folhetim logo no começo foi a mais acertada.
Outras aparições agradáveis vieram lá do bar ''El Chaparrito''.Leona Cavali,que no começo parecia artificial e estonteante até de mais,conseguio fazer de sua Maralanis uma das melhores atrações,junto com a promissora Bruna Marquezine e a sua Flor de Lys,outra vez roubando a cena dos próprios protagonistas.Logo ali,mais precisamente na Rosa Graxa,o trio formado por Eliana Rocha,Maria Gladys e Débora Olivieri arrancaram gargalhadas em uma das poucas presenças de humor escrachado no Parque das Nações,principal locação do desenrolar da estória.Cheia de nuances e trocadilhos mais que sem nexos,a novela pecou em nomes artificiais e personagens fúteis pouco prováveis,como a Tia saudade,que sabia das faucatruas da turma do mal e deixava subentendido aos demais o risco que corriam por estarem com o ''grande'' e descabido objeto que fazia a trama ir pra frente.O famoso e bilionário pen-drive que veio lá da China e que de tantas lutas e cenas de ação foi responsável,talvez tenha sido o protagonista ao contrário,ja que estava na maioria das cenas,mas que por sua causa e por sua origem afugentou o público tradicional do horário das 6 da tarde.Nesse ponto o autor está certo quando citou a novela como feita para o horário das 7,ja que cenas de pancadaria não combinam com as senhorinhas que estão acostumadas a ver grandes e fortes paixões vespertinas.Mas,como nem tudo são flores,a arrogância e o preconceiro de Miguel Falabella mais uma vez se destacaram,talvez até mais do que suas próprias criações.Em uma cena na casa do português Belarmino,o autor,via seus textos,cita de forma negligencial a personagem Zuleika,de Izabella Bicalho(que está grávida de Tozé,filho dele),dizendo que gostaria muito que seu neto nascesse com olhos azuis e cabelos louros,pois se dependesse da moça,o ''moleque'' viria ao mundo com um arco e flecha nas mãos coisificando o famoso som que os índios reproduzem em seus rituais.Algo troglodita e idiota que só deve ter alguma graça para o próprio autor(cenas que ele repete no seriado Toma lá dá cá,onde esbofeteia e trata como escrava a empregada doméstica Bozena,dilemas fortes e fora dos padrões que o programa exige enquanto sitcom humorístico).
Carla Andrino e Juliana Didone conseguiram cativar o público como as sofridas,traídas e companheiras mãe e filha Carminda e Celeste.Luciana Braga foi um desastre como a desiquilibrada e atormentada Denise,aprendiz de vilã que foi rejeitada desde o início do folhetim por ser forçada e incrédula de mais,chegando a ameaçar a própria mãe de morte,quesitos estes que contribuem ainda mais para a fuga dos telespectadores,uma vez que o horário exige algo leve,denso e original.
Felizmente,a grande surpresa atende pelo nome de Grazi Massafera.Com a primeira protagonista de sua carreira,a atriz mostrou mais uma vez que não está para brincadeira.Humilde desde sua estadia no BBB5,não esconde que aspira aprendizado a cada dia,e tem força de vontade para aprender a cada oportunidade que lhe é dada.Lívia,sua personagem,encantou o público pela garra e pelo carisma,méritos consagrados à atriz,que tão pouco decepcionou como também recebeu bonitos elogios do autor da trama,um assíduo ''do contra'' quando o assunto é Big Broter Brasil e seus ex-integrantes.Negócio da China chega ao final e não pode ser intitulada como desastrosa.Teve toda sua estrutura,elenco e história montados para outro horário.Foram 5 meses muito difíceis e trabalhosos para alavancar a audiência,que terminou em desagradáveis 20 pontos médios.A novela deixa a grade da emissora sem saudades,mais vai como um correto e bacana ''negócio de outro planeta''.
Marcelo Figueiredo

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