quinta-feira, 24 de março de 2011

"Amor e Revolução" aborda os anos de chumbo da ditadura militar em sua trama central


Primeira telenovela brasileira a abordar o período da ditadura militar no Brasil em sua trama central, Amor e Revolução, de Tiago Santiago, com direção de Reynaldo Boury, estreia na terça-feira, 5 de abril, às 22h15, no SBT.

Ambientada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a trama tem início com a Revolução de 1964 e perpassa pelo período mais obscuro da ditadura militar, os chamados anos de chumbo. “A intenção é narrar a história de personagens diretamente ligados ao tema da ditadura, seja a favor ou contra, como militares, guerrilheiros, torturadores, artistas, jornalistas, advogados e estudantes nos anos brutais da repressão. É possível que avancemos até a guerrilha do Araguaia, no começo da década de 70”, observa Tiago Santiago.
Amor e Revolução conta a grande história de amor vivida pelo militar José Guerra (Claudio Lins) e pela guerrilheira Maria Paixão (Graziela Schmitt), casal protagonista do folhetim. À primeira vista, o amor entre os dois é impossível, pois Maria (Graziela Schmitt) é líder do movimento estudantil e vai para a luta armada, e José Guerra (Claudio Lins) é um militar da Inteligência, contra a ditadura, democrata, porém filho de um general da linha-dura. Os dois têm rivais: o jovem dramaturgo de esquerda Mario Vieira (Gustavo Haddad) e a bela e glamurosa atriz Miriam (Thais Pacholek), e surpresas podem acontecer.

A história da luta armada pelos ideais da democracia e liberdade no Brasil tão vivida por Batistelli (Licurgo Spínola) e Jandira (Lúcia Veríssimo), casal coprotagonista de subversivos perseguidos pela repressão, desde o primeiro momento do golpe; a violência aos direitos humanos e abuso de poder por parte do delegado Aranha (Jayme Periard), do inspetor Fritz (Ernando Tiago), e dos militares Major Filinto (Nico Puig) e General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga); a luta pela liberdade de expressão por meio da arte e da imprensa; a desagregação de famílias; a força de estudantes engajados que defendem a igualdade social no país; e as atrocidades cometidas contra os presos políticos são alguns dos temas abordados por Tiago Santiago em torno da trama central.

Amor e Revolução é uma novela dinâmica, com muita ação, fortes emoções, cenas de suspense, perseguições, tiroteios, torturas, ao lado de cenas românticas, heróicas e ternas, com toques de leveza e graça. A novela levanta discussões sobre as mudanças comportamentais na década de 60, como a liberação da mulher após a pílula, o feminismo, o movimento hippie, a cena teatral e musical, as transformações provocadas pela moda, entre outras revoluções culturais dos anos 60.
“Vamos contar a história do Brasil em uma época de muita turbulência, mas que está praticamente esquecida ou é desconhecida pelas novas gerações. É uma novela intrigante, que vai despertar no telespectador a vontade de acompanhar um tema nunca debatido e exibido nas telenovelas”, enfatiza Reynaldo Boury.

Com elenco enxuto, o folhetim conta com 35 atores fixos, mas com várias participações episódicas, de um ou poucos capítulos. Os personagens de Amor e Revolução são puramente ficcionais, protagonistas de sua própria história; qualquer semelhança com pessoas da vida real é mera coincidência.

“Houve muitos estudantes que foram para a luta armada, muitos militares que ficaram contra o golpe, muita gente na linha-dura e muitos torturadores. Não posso dizer que os personagens são inspirados em uma ou outra pessoa em particular. Ainda que haja coincidências, os personagens são ficcionais, simbólicos e têm vida própria”, explica Tiago Santiago.

Ao longo da novela os principais fatos históricos e imagens que marcaram o período repressor da ditadura são mencionados como pano de fundo da trama. Depoimentos de personagens reais que sofreram perseguições e torturas durante o regime ditatorial são exibidos ao final de cada capítulo de Amor e Revolução. José Dirceu, Waldir Pires, Rose Nogueira, Denise Santana Fon, Antonio Carlos Fon, Maria Amélia Almeida Teles, Carlos Eugênio Paz, Luiz Carlos Prestes Filho, Ana Bursztyn, entre outros, gravaram relatos emocionantes e dramáticos, nos quais falam abertamente sobre esta obscura época da história do Brasil.

Além das gravações em estúdios e na cidade cenográfica do CDT Anhanguera, Amor e Revolução tem locações externas, com paisagens bucólicas e espaços históricos da cidade de São Paulo. Um sítio localizado em Santana do Parnaíba, na região metropolitana da capital paulista; uma fazenda de café, em Itu, interior de São Paulo; o Educandário Dom Duarte, na zona oeste da cidade; o Palácio dos Cedros no bairro do Ipiranga; e as Ruas do Comércio e XV de Novembro e o Largo São Franscisco, no centro da capital paulista, foram os espaços escolhidos para compor a narrativa de época de Amor e Revolução.

Imbuída de uma mensagem clara a favor da justiça, da democracia e da paz, a trama de Tiago Santiago faz uma releitura sobre um triste período da história do Brasil. A luta pelos ideais, o amor e a arte são os principais temas da novela.

Considerações sobre o período histórico de Amor e Revolução

A trama tem início em 1964, com intenção de narrar a história de personagens a favor ou contra a ditadura. O propósito do autor é fazer uma leitura entre os anos de 1964 a 1971, período mais brutal da repressão. Mas segundo Tiago Santiago existe a possibilidade de Amor e Revolução avançar até a guerrilha no Araguaia, no começo da década de 1970.
A cada capítulo de Amor e Revolução são narradas tramas imbricadas de verdadeiras batalhas pela democracia que entrelaçam a vida de personagens apaixonados em defesa da liberdade e igualdade.

Sucessos de Chico Buarque e Caetano Veloso na trilha sonora

Durante o período da ditadura militar, os grandes compositores e músicos burlavam os censores com letras repletas de trocadilhos e metáforas para as canções não serem vetadas. A música, como outras formas de expressão, era uma enorme ferramenta de protesto contra a repressão.
Com direção de Laércio Ferreira, em concordância com Tiago Santiago e Reynaldo Boury, a trilha sonora de Amor e Revolução é composta por grandes sucessos da MPB que marcaram a época do regime ditatorial.
A canção de abertura da novela é “Roda Viva”, composição de Chico Buarque, pelo grupo MPB4. Alguns sucessos da época ganharam releituras com novos intérpretes, como “Cálice”, cantada por Pitty; “Menino Bonito”, por Fernanda Takai; “Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim”, na voz de Dani Carlos; “Nossa Canção”, pela banda Vega; “José”, interpretada por Roberta Campos; “Carcará” na voz de Fafá de Belém, entre outros. Confira a trilha sonora de Amor e Revolução!

A Noite de Meu Bem – Dolores Duran
Alegria, Alegria – Caetano Veloso
Apesar de Você – Chico Buarque
Baby – Os Mutantes
Cálice – Chico Buarque part. Milton Nascimento
Cálice – Pitty
Carcará - Fafá de Belem
Coração de Papel – Ângela Márcia part. Sérgio Reis
Domingo no Parque – Gilberto Gil
En Silencio - Tiro Irakitan
Gita – Raul Seixas
London, London – Caetano Veloso
José – Rita Lee
José - Roberta Campos
Menino Bonito – Fernanda Takai
Ninguém Vive Sem Amor – The Fevers
Nossa Canção – Vega
O que Será (À Flor da Terra) - Chico Buarque part. Milton Nascimento
Opinião – Nara Leão
Preciso Aprender a Ser Só – Elis Regina
Roda Viva – MPB4
Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim - Dani Carlos
Universo no Teu Corpo – Taiguara
Viola Enluarada – Marcos Valle

"Amor e Revolução", de Tiago Santiago, com direção de Reynaldo Boury, estreia na terça-feira, 5 de abril, às 22h15, no SBT.

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